sábado, dezembro 16, 2006

Evidências do cotidiano

Em nossa vida codidiana,
afirmamos, negamos, desejamos,
aceitamos ou recusamos situações.
Fazemos perguntas como
''que horas são?'' ou ''que dia é hoje?''.
Dizemos frases como
''ele está sonhando'' ou ''ela ficou maluca''.
Fazemos afirmações
como ''onde há fumaça há fogo''ou
''não saia na chuva para não se resfriar''.
Avaliamos coisas ou pessoas, dizendo por exemplo
''esta casa é mais bonita do que a outra'' e
Maria está mais bonita do que Glorinha''.
Quando pergunto que horas são? ou ''que dia é hoje?'',
minha expectativa é a de alguem ,
tendo um relógio ou um calendário,
me dê a resposta exata.
Em que acredito quando faço a pergunta e aceito a resposta?
Acredito que o tempo existe, que ele passa,
pode ser medido em horas e dias,
que o que passou é diferente de agora e o
que virá também há de ser diferente deste momento,
que o passado pode ser lembrado ou esquecido
e o futuro desejado ou temido.
Assim uma simples pergunta, contém silenciosamente,
várias crenças não questionadas por nós.
Tenho muitas crenças silenciosas,
acredito que sonhar é diferente de estar acordado,
que no sonho o impossível e provável
se apresentam como possível e provável,
e também que
o sonho se relaciona com o com o irreal,
enquanto a vigilia, se relaciona com o que existe realmente.
Acredito portanto que a realidade existe fora de mim,
posso conhece-la e percebe-la tal como é,
sei diferenciar realidade de ilusão.

sábado, dezembro 02, 2006

Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos
que não podem mais voltar...
Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário
que a gente se impõe,
às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário
que o destino nos impõe compulsoriamente
para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos
de nós mesmos
e procuramos em vão pela nossa alma.


Estava vasculhando uns arquivos meus e olha só o que eu achei... o grande Chico Buarque de Holanda... não resisti e tive que publica-lo...